Empresas de produtos perigosos são mapeadas em Paranaguá 16/01/2013 - 11:40

Paranaguá é das cidades portuárias mais importantes do País, possui um elevado número de empresas que produzem, armazenam e/ou manuseiam produtos perigosos. Diante disto, o 8° Grupamento de Bombeiros – 8° GB, observou a necessidade de realizar um mapeamento de risco.

Várias foram as situações em Paranaguá envolvendo Produtos Perigosos nos últimos anos. Assim, como sabemos que trata-se de uma área com certo risco, fez-se necessário o melhoramento do banco de dados.

O projeto durou seis meses, 36 empresas foram identificadas e catalogadas, quais são os produtos perigosos e em que quantidade, relação de recursos (humanos e materiais) que a empresa dispõe para fazer frente a emergências.

De posse destes dados foi realizado o armazenamento em formato digital todas as fichas de informações de produtos perigosos (FISPQs) relacionadas a cada empresa. Disponibilizando estas análises de dados e formatação em aplicativo livre de georreferenciamento.

Funcionamento ocorrerá da seguinte forma:

1º) Em caso de solicitação, a equipe de serviço localiza no aplicativo livre onde, espacialmente, a empresa envolvida na emergência química;
2º) A seguir, após visualizar seus dados operacionais (se há brigada de emergência, quais os produtos envolvidos, quais o telefones para contato, etc.), a central de comunicações/operações repassa à guarnição em deslocamento as informações principais e os possíveis produtos envolvidos;
3º) Confirmado o(s) produto(s) envolvidos, é feita a pesquisa detalhada de informações na FISPQ específica do produto (métodos de combate a incêndio, métodos de descontaminação, EPI`s recomendados, impactos ambientais, primeiros socorros, etc.).

Como se estará trabalhando com aplicativo que possibilita georreferenciamento, várias inteirações são possíveis, tais como: possibilidade de se visualizar conjuntamente em tela as “plotagens” dos hidrantes e centros de saúde mais próximos (outro projeto já concluído), calcular distâncias de isolamento, calcular áreas atingidas, aplicar recurso com visualização tridimensional das vias públicas, dentre outros.

O objetivo principal do projeto é, em caso de emergências químicas nas empresas cadastradas, ter acesso ao maior número de informações a respeito dos riscos envolvidos e os recursos disponíveis, antes mesmo da chegada das equipes de atendimento.

Os dados mais importantes são os referentes a produtos químicos, porém, todas as empresas informaram também aspectos concernentes a riscos de incêndio e riscos relativos a espaços confinados.

Segundo, o Capitão Jonas Emmanuel Benghi Pinto: “Este trabalho originou-se de um desejo antigo, sendo reforçado pela constatação de que Paranaguá, como cidade portuária com vários depósitos e armazena, está sujeita a situações envolvendo emergências químicas em que informações tratadas dentro dos princípios do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), valem "ouro"”. Oficial coordenador de planejamento, instrução e assuntos de Defesa Civil do 8º GB.

Destacou ainda, o empenho dos Bombeiros Militares, bem como de todos os envolvidos em qualquer situação de emergência dentro do litoral paranaense, e que é seu dever o melhor assessoramento, visando a proteção das pessoas, do meio ambiente e da propriedade. Todas as empresas contribuíram da melhor forma possível, pois todos entenderam o caráter operacional e preparativo/prevencionista do projeto.

O Comandante do 8° GB, Major Paulo Henrique de Souza, avalia o trabalho realizado: "O trabalho de mapeamento de riscos, em especial os que envolvem PP, são, não só essenciais, como uma obrigação de qualquer instituição que tenha a missão de responder a ocorrências envolvendo tais produtos. O trabalho desenvolvido pelo Capitão Emmanuel, na qualidade de Coordenador Adjunto da 8ª Coordenadoria Regional de Defesa Civil, nos deu uma clara visão da distribuição espacial dos riscos na cidade de Paranaguá e, em especial, em sua zona portuária.

Várias foram as ocorrências em que já pudemos comprovar as facilidades e a eficácia de ter esses riscos mapeados e de ter o conhecimento dos protocolos definidos nos planos de contingência, porém, para ficar em apenas um único exemplo, durante o incêndio nos armazéns da empresa Península, no início da noite do dia 31 de dezembro de 2012, pudemos determinar, antes mesmo de as equipes realizarem manobras ofensivas de combate, em áreas internas da estrutura, quais eram os riscos envolvidos, os protocolos estabelecidos pela empresa e os contatos das pessoas responsáveis pelo estabelecimento. Pode parecer, relatando dessa forma, pouco, no entanto, para quem está prestes a realizar a entrada em uma área de risco, faz toda a diferença.

A continuidade do projeto já está em andamento neste ano de 2013, tendo sido iniciado pelo mapeamento de toda a rede de hidrantes do litoral, com informações sobre vazão média dos pontos de abastecimento, facilidades de acesso e condições gerais de uso, entre outras informações, e deverá continuar com o mapeamento dos riscos de produtos perigosos nos demais municípios do grupamento". Afirma.

Além de todas as FISPQs das empresa cadastradas, possuem também, em banco de dados todos os Plano de Contingência (Ex.: Plano de Emergência Individual). Esta estratégia possibilita que utilizem os protocolos (Ex.: Manual ABIQUIM, SCI, etc.) em conjunto com o estipulado pelo operador. O próximo passo, previsto para 2013, será o mapeamento de todas as revendas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

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